- Evolução positiva do EBITDA nas três empresas operacionais do grupo nos primeiros nove meses do ano;
- Azores Airlines com redução expressiva de custos no terceiro trimestre;
- Custos com pessoal sobem devido a acordos celebrados em 2024;
As empresas do grupo SATA apresentaram uma evolução positiva do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) nos primeiros nove meses do ano. Os resultados do terceiro trimestre consolidam uma tendência que se tem verificado desde o início de 2025. Estes resultados mostram os efeitos positivos do Plano de Sustentabilidade Financeira que está a ser aplicado desde meados de 2024.
Na Azores Airlines o EBITDA no trimestre passou de 20,5 milhões de euros para quase 25 milhões, mais 21% face ao período homólogo. Na SATA Air Açores, o mesmo indicador financeiro passou de 3,8 milhões para 4,7 milhões de euros, uma evolução positiva de 23%.
Estes números reforçam a tendência que se verifica desde o início de 2025 nas duas empresas. Nos primeiros nove meses o EBITDA da Azores Airlines, quando comparado com o período homólogo de 2024, passou de 15,6 para 25,2 milhões de euros. Na SATA Air Açores, no mesmo período, passou de 2,6 milhões para 6 milhões de euros. Na SATA Gestão Aeródromos, e quando comparados com os períodos homólogos, o EBITDA passou de negativo para positivo, quer no terceiro trimestre deste ano, quer no acumulado de 2025.
Rui Coutinho, CEO do grupo SATA, afirma que “os resultados do terceiro trimestre, bem como os resultados acumulados, mostram que estamos no caminho certo para equilibrar financeiramente a empresa, com uma aposta clara no controlo de custos, invertendo a tendência de aumentos de custos superiores à receita. Esse tem sido um dos objetivos principais do Plano de Sustentabilidade Financeira”.
Azores Airlines – reduções expressivas nos custos
O ano de 2025 continua marcado por uma elevada competitividade no setor aéreo, com o mercado norte-americano mais contido face aos últimos anos, influenciado por fatores geopolíticos. No terceiro trimestre, destacou-se uma alteração significativa no mix de rotas exploradas, privilegiando operações domésticas com aeronaves próprias e de menor dimensão. Esta mudança resultou numa quebra de 11% no número de passageiros transportados e impactou a receita em cerca de 19%.
Em contrapartida, os custos registaram reduções expressivas, em proporções superiores às da receita. Os custos diretos diminuíram 37%, sustentados sobretudo pela redução nos gastos com combustível, fruto da conjugação entre queda nos preços e a alteração do tipo de equipamento e rotas. Adicionalmente, os custos com ACMIs apresentaram uma redução de 65% face ao ano anterior, com maior incidência no mês de setembro, refletindo a menor dependência de aeronaves contratadas.
Mesmo com uma redução dos custos operacionais diretos, os custos com pessoal (que representam cerca de 20% do total da estrutura de custos) registaram um aumento de 4% fruto dos acordos celebrados em 2024 com impactos prospetivos.
Para além da evolução positiva verificada no EBITDA, também os resultados líquidos do exercício evidenciam melhorias significativas. O resultado líquido do terceiro trimestre ascendeu a 7,8 milhões de euros, que compara com 2,8 milhões de euros no período homólogo, enquanto o acumulado até setembro é negativo em 33,3 milhões de euros, melhor em 5% face ao ano anterior.
Principais indicadores do trimestre:
- Redução de 27% nos custos operacionais (de 122,6 M€ para 89,4 M€);
- EBITDA de 24,9 milhões de euros (+21% face ao período homólogo de 2024);
- Margem EBITDA de 22% (vs 14% no terceiro trimestre de 2024);
- Resultado líquido positivo de 7,8 milhões de euros no trimestre;
- Load factor de 85,3% (+0,4 p.p.) e melhoria de 3,2 pontos percentuais na pontualidade;
SATA Air Açores – evolução operacional positiva
A SATA Air Açores apresentou uma evolução operacional positiva, transportando mais 5% de passageiros, o que se traduziu num aumento de 14% na receita de passagens. As receitas de Handling acompanharam esta tendência, registando um crescimento de 12%.
Globalmente, os custos também aumentaram, mas de forma proporcional às receitas. Destacam-se as variações nos custos com ACMI (+1,4M€), contratados para suprir a falta de frota devido ao atraso na retoma de uma aeronave após manutenção estrutural, e nos custos com pessoal (+1,2M€), resultantes dos acordos celebrados em 2024 com efeitos prospetivos.
Apesar do aumento dos custos, este foi menos expressivo do que o crescimento das receitas, refletindo-se num EBITDA 23% superior ao do ano anterior.
Também na SATA Air Açores se verifica uma evolução positiva dos resultados líquidos, a par da evolução verificada no EBITDA. O resultado líquido do trimestre foi positivo em 396 milhares de euros, ligeiramente inferior aos 756 milhares de euros verificados no terceiro trimestre de 2024. Por sua vez, o valor acumulado é negativo em 3 milhões de euros, que compara com os -8,2 milhões de euros no período homólogo.
Principais indicadores do trimestre:
- Resultado líquido positivo de quase 400 mil euros no trimestre;
- Aumento de 4,6% nos passageiros transportados (404 804);
- Load factor de 83,6% (+2,5 p.p.);
- Receitas cresceram 8,3% para 42,3 milhões de euros;
- EBITDA subiu 23% para 4,7 milhões de euros;
SATA Gestão de Aeródromos – regresso aos lucros
A SATA Gestão de Aeródromos registou um aumento das receitas, sustentado pelo incremento operacional nos aeródromos sob sua gestão e pela atualização da estimativa de reequilíbrio financeiro, decorrente do cumprimento do contrato de obrigações de serviço público. Os custos mantiveram-se estáveis, o que contribuiu para um EBITDA positivo no terceiro trimestre de 2025.
Principais indicadores do trimestre:
- Resultado líquido positivo de 240 mil euros (prejuízo de 239 mil euros no período homólogo)
- EBITDA positivo de 145 mil euros (vs -129 mil euros)
- Receitas cresceram 23% para 1,66 milhões de euros
Tal como nas restantes empresas operacionais, também na SATA Gestão Aeródromos, o resultado líquido acompanhou a evolução dos resultados operacionais, passando para terreno positivo, com 240 milhares de euros no terceiro trimestre e 885 milhares de euros no acumulado até setembro.