A Montanha do Pico é o ponto mais alto de Portugal. Subir ao Pico é um momento simbólico, mas também uma oportunidade para o contacto com a natureza única e particular desta zona do mundo. Este é um passeio que tem de ser feito em segurança e que pode não estar ao alcance de todos. Mas, para quem o puder fazer, é algo a não perder.
Para os mais aventureiros, aqui temos a subida àquela que é a montanha mais alta de Portugal. A caminhada para a subida à Montanha do Pico está classificada como tendo um grau de dificuldade entre o médio e elevado. Daí que tem de considerar bem a sua capacidade física antes de se meter a caminho. Fique-se então a saber que o trilho se prolonga através de 7.600 metros, sendo que são 3.800 metros desde a base da montanha até ao cume, com um desnível de 1.100 metros.
Para iniciar a caminhada é obrigatório, por razões de segurança, o registo na Casa da Montanha, que se encontra a 1.230 metros de altitude. Todos os caminhantes, após o registo de subida, atingem o cume aos 2.351 metros de altitude e, assim que terminam, regressam à Casa da Montanha.
A subida, para além de simbólica – no fundo está a “conquistar” o ponto mais alto de Portugal -, permite ainda apreciar, ao longo do caminho, vários aspetos ímpares da natureza local. Durante a caminhada, o visitante será ainda surpreendido com a observação da Furna-Abrigo. Trata-se de uma cavidade vulcânica, composta por um algar com cerca de 40 metros de profundidade. Existe ainda uma galeria que, no passado, servia de abrigo aos caminhantes que se aventuravam na montanha.
Ainda ao longo da subida é possível observar aspetos únicos da natureza dos Açores. São várias as formações geológicas que se podem observar ao longo da subida. E de grande importância. Os destaques vão para os depósitos piroclásticos, lava toes, algares e túneis lávicos, hornitos, driblet-cones, plagioclase em roseta e lavas em tripa. Aos 2.050 metros de altitude é possível encontrar ainda uma cratera fóssil e, no cume, uma cratera-poço, o cone lávico do piquinho e uma fissura eruptiva.
São estes pequenos pormenores que fazem com que este local seja um ponto obrigatório para quem viaja aos Açores e tem a oportunidade de visitar esta ilha em particular. Cada vez que os caminhantes avançam no seu percurso, podem constatar como a vegetação se torna mais escassa. Fica dispersa e com dimensões mais reduzidas. Apenas algumas espécies conseguem sobreviver à dureza do clima no topo da montanha. E aí destaca-se o Bremim da Montanha, uma subespécie endémica que só existe na cratera da Montanha do Pico.
Para aproveitar ao máximo este contato com a natureza e uma paisagem de cortar a respiração, onde se podem observar todas as ilhas do grupo Central, também é preciso contar com as condições meteorológicas mais propícias para esse momento. Se esse acabar por ser o seu caso, então terá um dia inesquecível!